quinta-feira, 22 de novembro de 2007
Voce, eu e os outros....
Veja só quem manda aqui. É o menino-homem com a espada de brinquedo na mão, correndo feliz e descompassado pelo corredor.Pessoas gritam, falam, gritam de novo. Querer ser ouvidas.E são. Mas não entendidas.Querem se proteger do frio, porém não se agasalham, nem pedem pro senhor de barba ruiva acender a lareira, que parece estar muito suja.Coisa de família, coisa de gente viva.Lembram do menino??Caiu em sono no sofá velho e confortável. Agora ele dorme, e acorda. Dorme de novo.Só vai acordar amanha, pra brincar, e brincar.Um casal sai do café mais próximo, e observa a chuva trazer contornos às águas do lago profundo. Se esquecem da chuva e concentram-se em andar.Agua molha. Vida machuca. Mas também traz sorrisos, que uma chuva só faz aumentar pra quem gosta simplesmente de olhar, de admirar.Voce dorme, outro acorda.Voce sorri, outro chora.Voce corre, outro anda.Voce vive, outro morre.A vida é feita dessa forma. Sempre tem alguem fazendo alguma coisa em algum lugar do mundo. Até quem julga estar fazendo nada, faz algo, perceberam?É incrível pensar existir tanta coisa ao mesmo tempo num só mundo, o mundo que voce vive e não entende.Pra que entender??!
Quero ser louco!
Lá vai ele, que todos chamam de louco. Bobagem! Mal conhecem o infeliz que sai com suas botas, sua calça mal passada e sua camisa amarrotada. Ele sai, desvairado pela cidade, pelas ruas, com todos a nota-lo.Anda desbravando cada olhar curioso que percebe. Mas sorri, feito uma criança, ele se sente bem, e não importa o que pensam.Chega a casa do velho, a que chama de amigo. Amigo nada! Ele não tem amigos, mas chama a todos de amigo.Bate a porta. Ele atende. Beija suas mãos e fecha os olhos. Pede licença.Entra, senta-se na cadeira velha junto à lareira. Abre o livro que o velho lhe entrega, começa a ler. Faz gestos diversos, acompanha as linhas com os dedos, como se estivesse, faminto, devorando um prato de comida.O velho se afasta e o observa. Sorri ao ver tamanho empenho ao ler um simples livro velho.Parecia sorrir mais e mais o homem estranho e mal vestido.Todos o consideram louco. Ele, pobre sem nenhuma instrução, mal sabia do que falavam.Acordava de manhã, molhava o rosto e comia um pedaço de pão seco com leite.Esperava o dia passar, as pessoas passarem pela janela.Quando as via, sorria. As pessoas gritavam, lhe chamando de louco.Ele? Sorria de novo!Era louco, porém sabia sorrir. Sabe ser feliz em apenas acordar e viver.Quero ser louco...ah se quero!
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